Há algum tempo já defendi a teoria de que o mundo é na verdade, realmente, é óbvio, dos filhos da puta. E, claro, mais do que qualquer um, me considero um grandesíssimo filho da puta! Talvez o maior de todos. Primeiro porque sou professor e segundo porque talvez, minha mãe, que morreu ano passado de câncer no intestino, tenha sido realmente uma biscate de primeira, pois muitas pessoas sabiam de sua vida, inclusive um indivíduo que marcou minha última semana e meu carro, chamando-me de filho da puta, deve ter a conhecido muito bem.
Na última quinta-feira à noite, depois de quatro aulas animadas em Marília, ao sair com meu carro, graças a meu diretor, descobri que fui presenteado com uma obra-prima, uma verdadeira expressão da arte das ruas, de um artista incompreendido pela sociedade e pelo grande circuito das artes plásticas. O Leonardo da Vinci local contribui com a decoração de meu carro riscando toda a lateral do passageiro e adicionando letras estranhas e enigmáticas na porta.
Tá vendo algum risco?
Em segundo lugar, gostaria de agradecer muito a este meu amigo que customizou meu carro, uma vez que já estava achando o meu Ka, que tirei zero quilômetro da concessionária há três meses, extremamente sem graça, precisando de algo que o diferenciasse dos outros carros comuns que percorrem o nosso trânsito.
Em terceiro lugar, gostaria de agradecer a este Picasso mariliense, seja lá quem for, que passou pela rua e decidiu estrear a pintura vermelha linda de meu carro, por me lembrar que realmente sou um filho da puta, pois graças a uma das pessoas mais importantes da minha vida, descobrimos o significado dos sinais alienígenas escritos em meu carro. Sim, minha linda filha de 9 anos foi a única pessoa que conseguiu decifrar esta mensagem de meu amigo do peito: "Fdp".
Ele realmente acertou, sou um dos maiores filhos da puta. Ou melhor, "O" Filho da Puta. Pois realmente ferro todos os que me conhecem, todos aqueles à minha volta sempre se fodem na minha mão, pois o que eu gosto mesmo é de ferrar com a vida de todo mundo que entra na minha vida, meu negócio é desgraçar a vida de qualquer um que cruza meu caminho. Afinal de contas, sou Foda, sou Avassalador, sou Sinistro.
Para todos aqueles que não tinham entendido: FdP
Uma das opções que cogitei para resolver esta parada foi riscar o carro inteiro, para não deixar espaço para outros gênios artísticos, ou, para, quem sabe, para uma outra alma iluminada pela arte aparecer e decidir me ferrar realmente, pintando direitinho o carro inteiro e cobrindo todos os riscos.
Mais uma vez, obrigado mesmo!
André Constancio Cintra,
O Filho da Puta
8 comentários:
Pensando pelo lado "menos mau": quem está dentro do carro não vai ficar cara a cara com as letras FdP, mas sim quem está fora. Ou seja, o Coxinha Móvel vai xingar todos os que olharem para ele de FdP.
Piadinha infame :D
Brincadeiras à parte, achei legal o modo como você lidou com isso, sem perder a cabeça.
Meus pêsames.
Logo logo você compra outro carro.
Acho que ele preferia ser chamado de filho da puta à bicha pobre. Afinal, enquanto aqueles controlam o mundo, estes, bem... riscam o carro dos outros.
Por favor, não se vinguem do nosso caro Andy Warhol mariliense. Paguem um caderno de cartografia.
hum você é o melhor professor que eu tenho e espero que essa fase deprê realmente não dure durante muito tempo, afinal as historias na versão coxinha pictures não serão as mesmas sem o seu humor negro ( a historia de rômulo e remo foi um porre) !!!! enfim, muito legal sua forma de expressar o ódio ( mesmo q contido)!!
que coisa =/
não posso dizer que não me identifiquei quando vc disse que era o maior fdp de todos os tempos, pois eu tive a arte de acabar com a vida de quem chegava no meu caminho com boas intenções. Espero que quando eu tiver um carro alguém faça o favor de me decifrar assim como o artista urbano fez com o seu carro. Acho que o mundo não é dos FDPs, a não ser que eu tenha descoberto realmente pra que diabos vim ao mundo...
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