segunda-feira, maio 26, 2008

Manual do zumbi moderno-Introdução

Introdução

A fome nos movimenta. O cheiro do sangue e da carne humanas nos invade pelas narinas, com sua rica vitalidade, convidando para o ataque mortal, o suculento pedaço de carne humana, os esguichos de sangue pela parede branca e os gritos. Sim, os gritos dos humanos, que nos alimentam como suas carnes. Mas eles são espertos.
E a cada dia que passa eles se preparam mais e mais. Trancam as portas, pregam as janelas, armam-se com o que têm à mão, tentam fugir, tacar fogo na gente, nos exterminar como vizinhos indesejados. Mas apenas aumentam o tempo, provocando nossa angústia, nossa fome e cada vez, mais força animal.
Preparando-se, lentamente, para o seu inexorável destino. O nosso fatídico encontro. A morte pelos comedores de carne humana. Mortos-vivos. Decrépitos. Seres em decomposição.

Sim, nós, os zumbis. Os seres que dominarão o planeta Terra na Era que se inicia. Sobrepujando os ignorantes e convencidos humanos. Dilacerando-os lentamente, pedaço por pedaço, pelinha por pelinha. Atacando-os como ratos encurralados numa ratoeira construída por eles mesmos. Levando-os à morte, por falta de atenção ou por uma bela mordida de um camarada zumbi. De preferência um zumbi que era conhecido em vida. Aumentando assim a dramaticidade do momento.
Por esse eterno combate entre nós, os comedores de carne humana (os Zumbis), e os humanos vivos, nossa comida, desenvolverei um verdadeiro tratado acerca do comportamento do Zumbi Moderno e preparado para esse mundo marcado por humanos resistentes – mas nem tanto-, dos dias atuais. Um guia para todos aqueles que são iniciantes nessa nova vida, ou morte, marcada por grandes aventuras, perigos, mistérios e quem sabe até, romances.
Todos sabem dos preconceitos acerca a nossa espécie, carregados de ódio, incompreensão e a sempre presente tentativa de extermínio. Os humanos divulgam essas idéias em nome de sua sobrevivência, acusando-nos de violar direitos básicos como a vida. Mas como já falei, somos outra espécie. O que significa a vida para um ser que não a possui mais?
Apesar de parecermos humanos mortos, ou seja, vocês em breve, nós somos na verdade o próximo passo evolutivo. A raça do Novo Milênio, os verdadeiros donos e herdeiros da Terra! E precisamos estar preparados.
Somos mais numerosos. Somos mais fortes. Somos menos espertos. E menos lentos. Mas lembrem-se: Nós somos vocês amanhã!

Longa vida aos Zumbis!!!

Zumbi Hipocondríaco

domingo, maio 18, 2008

MANUAL DO ZUMBI MODERNO

É, considerando as necessidades do zumbi de nossos dias, decidi aproveitar o espaço para divulgar as idéias relativas à publicação de uma grande obra literária. Digo mais, um verdadeiro tratado moderno acerca de como os zumbis modernos, ecologicamente responsáveis e trabalhadores, devem se comportar perante as recentes ameaças de humanos vivos e burros que pensam que podem nos exterminar de forma racional.
Com linguagem
clara e dinâmica, o manual é
uma proposta moderna e cosmopolita,
preparando o zumbi
para o mundo globalizado

Para começo de conversa, não representamos o mundo racional. Somos representantes de uma nova era... O início do fim dos tempos... Nem nós, nem vocês, saberemos o que irá ocorrer em breve... Por essa necessidade, decidir editar o super-ultra-mega-extreme urgente, e vital, O Manual do Zumbi moderno. Em edição de capa dura para colecionador. Uma super coleção de propostas, ações, instrumentos, sugestões e relatos para nós, os zumbis modernos, termos plena consciência de nosso papel no novo século...
Obra imperdível, O Manual do Zumbi moderno é um deleite para os olhos mortos de camaradas despreparados para o mundo caótico das violentas e atuais ruas e sociedades... Com linguagem clara e dinâmica -ÃÃÃÃÃÃHHHHHHÃÃÃÃ - esse guia é uma proposta cosmopolita e adequada aos nossos dias, preparando também o zumbi para o mundo globalizado, em que grandes corporações tentam nos escravizar, ou governos malignos nos utilizam em campanhas militares, ou transformando seus inimigos em mais de nossa espécie.
Acompanhe aqui, os primeiros capítulos dessa que promete ser a obra mais vendida e comentada de toda a saga do zumbi moderno.

Em decomposição, mas feliz,
Zumbi hipocondríaco

P.S.: Em breve, capítulos e capa da obra, que, por enquanto, está no prole. Que você não sabe o que quer dizer, né animal?

Os zumbis têm fome de quê?


Afinal de contas, por que nós, os mortos-vivos, sempre procuramos carne fresca para nos alimentarmos, de preferência, cérebros? Possivelmente, por uma simples razão! VIDA! Sim, acredito que nós, zumbis, procuramos carne fresca pelo prazer da caçada, cenas perfeitas e o gosto, inconfundível, saboroso e, principalmente, enérgico, do sangue de humanos vivos, que assim, nos alimentariam da vida que não mais preenche nossos corpos. Essa energia vital, que já escorreu por nossas frestas pustulentas, feridas degradantes que revelam nossas antigas vidas.

E no quesito carne, diferente da visão do Madrugada dos Mortos, em que os zumbis não atacam o cachorro-mensageiro, enviado para o cara da loja de armas do outro lado da rua do shopping, acredito que QUALQUER SER , QUALQUER mesmo, que possua vida, seja um banquete perfeito para nós, desde pequenos elementos, como lesmas e borboletas, até animais de grande porte, como cachorros e cavalos.

Por sinal, uma grande produção zumbi é a História em Quadrinhos Os Mortos-vivos de Robert Kirkman, com uns desenhos do além-vida, bons mesmo. Pelo menos o primeiro arco de histórias, já publicado totalmente no Brasil. Nessa história, que envolve o policial Rick Grimes e outros sobreviventes num mundo tomado por zumbis, o cavalo de Rick é dilacerado de uma forma interessantíssima, com um suculento paladar, demonstrando toda a força e vida de nossa energia zumbi...

"QUALQUER
SER , QUALQUER mesmo,
que possua vida, é um banquete
perfeito para nós"

Portanto, na minha modesta opinião de atual morto-vivo hipocondríaco e em vida um zumbilólogo amador – se isso é correto -, nós zumbis, comemos qualquer coisa que tenha vida, de preferência que tenha a possibilidade de se contorcer bastante enquanto morre, soltando esguichos de sangue ou outra nojenta substância qualquer... Por hoje é só... Cuidado com seus cérebros, braços, pernas e pescoços... Vampiros são zumbis?... Lembrem-se que os habitantes da Noite também são mortos-vivos, mas mais elegantes e refinados.

Isso é assunto para outra postagem morta-viva, que deixo para meu próximo momento livre, em que os humanos conseguem se esconder muito bem, evitam sair ou resistem bravamente.

Da morta-vida, Zumbi Hipocondríaco, com informações de vitais importâncias para o zumbi despreparado de nossos dias.

Longa vida aos Zumbis!!!

Puta sacanagem, hein?


Poxa, as decepções marcam a minha pós-vida um dia após o outro! Considerei que, como zumbi-professor, minha função primordial era educá-los, na difícil missão de se manterem vivos perante às hordas decompostas de zumbis que os cercam a cada momento! Pensando assim, aproveitei o espaço para ressuscitar mortos históricos, afinal, todo morto é coisa do passado e a História é uma das melhores formas de revivê-los. Como disse, nada melhor do que uma aula de História para ressuscitar os mortos!

Pois é, canalhas do inferno, Colheita Maldita 4... foi só colocar uma postagem de História e um pesado e frio silêncio se abateu sobre o blog... Mas tudo bem, continuarei na minha luta interminável, enquanto meu corpo em decomposição me permitir...

P.S.: Lá em cima, à direita, olha a imagem que a Sofia encontrou neste final de semana... Sinal dos tempos? UUUUIIIIIUUUUUIIIII!!!!!

Longa vida aos Zumbis!!!


domingo, maio 11, 2008

A Noite dos Mortos-vivos



A grande produção que deu início à série está completando 40 anos! Exatamente! A Noite dos Mortos-vivos, o grande original feito por George Romero em 1968 está completando aniversário! Para quem está acostumado com as atuais produções milionárias, computações gráficas, fundos azuis, talvez não se empolgue tanto com esse filme, mas é bom lembrar que tudo sempre tem um começo. Começo pobre, diga-se de passagem, mas começo. E com estilo. Afinal, não é à toa que uma produção barata, em preto e branco, com calda de chocolate fazendo às vezes de sangue, consegue reunir milhares e milhares de fãs pelo mundo tudo.
O filme "A Noite dos Mortos-vivos" marcou época por diversos aspectos. Além do tema - um tanto aterrorizante para uma época marcada pela Guerra Fria e pela possibilidade de um holocausto nuclear -, mortos revivendo e atacando os seres humanos para se alimentar de sua carne, o filme inova pelos personagens principais, serem provenientes das chamadas minorias que lutavam por seus direitos num mundo extremamente desigual. Bárbara, mulher indefesa e descontrolada que luta por sua sobrevivência, e Ben, um negro que tenta se manter vivo ante as hordas de mortos-vivos e de brancos que tentam impô-lo uma condição de cidadão de segunda classe, sem ser respeitado, por ser considerado "inferior".
O que mais surpreende e impressiona ao longo do filme são as muquetadas que Ben dá em todo mundo, inclusive na Bárbara, num momento de grande descontrole, e no Harry Cooper, que não aceita a liderança de um negro, e ainda por cima, mais esperto que ele. Mas, surpreendente mesmo, é o final, quando Ben sobrevive, mas acaba sendo morto por um dos caipiras que estavam exterminando os zumbis, levando-nos a crer que no final somos todos iguais, mortos, vivos, zumbis, negros, brancos, asiáticos, o que seja... A idéia que fica e que persiste nos outros filmes, originais e refilmagens, é a de que somos ELES!
Para morrer, basta estar vivo! E para virar zumbi, basta morrer!

Longa vida aos Zumbis!

P.S.: Contando com a dificuldade do acesso ao original, busquem a refilmagem dos anos 90, um pouco melhor, em termos de maquiagem e por ser colorida, mas nunca a que foi recém-lançada, a versão 3D, pois não passa de uma grande besteira filmada, mas vale para o colecionador!

1968: O ano Zumbi

Como a maioria deve saber, estamos em 2008 e quarenta anos atrás, o mundo sofreu grandes mudanças, de comportamentos, idéias, políticas. Um ano de grandes transformações, o ano de 1968. Ano que tivemos o lançamento do A Noite dos mortos-vivos, através do qual George Romero iniciou a sanguinolenta saga dos monstros comedores de carne. De mortos que revivem e passam a atacar os vivos, sobrepujando qualquer tipo de obstáculo ou dor para se alimentar. Segundo a produção, isso ocorre após a reentrada de um satélite que libera quantidades enormes de substâncias tóxicas na atmosfera.

Mas 1968 também é riquíssimo quando o assunto é História. Sim, essa história com H maiúsculo, a história que eu tento ensinar a vocês, jovens e incautas vítimas de meu ataque zumbi. Afinal, como já disse e não cansarei de repetir, nada melhor que uma aula de História para os mortos voltarem à vida. Um dos primeiros marcos de 1968 é a Ofensiva do Tet, como ficou conhecido o ataque que tropas comunistas vietcongues fizeram sobre o Sul do Vitenã, aliado dos EUA na Guerra do Vietnã. Movimentos de oposição à guerra nas faculdades norte-americanas, ataques do exército dos EUA a populações civis no Vietnã, foram alguns dos episódios que se seguiram à investida. Só para citar alguns.

Nesse mesmo ano, um dos ícones da luta dos direitos dos negros nos EUA, Marthin Luther King Jr., foi assassinado, o que acabou provocando um certo radicalismo de um movimento que, até então, era relativamente pacifista. Manifestações e barricadas estudantis em Paris, França, com a juventude lutando por maior liberdade e para tentar retirar Charles de Gaulle do poder.

Em junho de 68, o senador Robert Kennedy, irmão do presidente assassinado John F. Kennedy e candidato democrata às prévias eleitorais norte-americanas, também é assassinado, o que abriu espaço para a vitória do conservador Richard Nixon. Tivemos ainda a Primavera de Praga, quando a Tchecoslováquia tentou “democratizar” seu comunismo e acabou sendo invadido por tanques e tropas soviéticas.

E, no Brasil, as liberdades, política, de expressão, de rebeldia, entre outras, são praticamente exterminadas pela radicalização da ditadura militar e da esquerda armada, que passam para a violência extrema e ações absurdas, de ambas as partes. Um ano que termina com o famigerado Ato Institucional nº 5, o AI-5, concedendo poderes ilimitados ao presidente militar e retirando direitos políticos e civis, como se eles nunca tivessem existido, inaugurando os famosos “Anos de Chumbo”. (Esses assuntos estão tratados de forma bem didática na revista Aventuras na História desse mês! Se não der para comprar, pesquisa na Internet, animal!)

É bom acordar galera, esses zumbis estão por aí e podem se levantar a qualquer momento para devorar seus cérebros, seja num vestibular, numa prova, ou numa chamada oral da prova eterna da vida, em que infelizmente, a gente não pode colar. Errou, errou. Pá! Morreu! Mais uma vítima a se lamentar. Ou melhor, a se degustar!

Longa vida aos zumbis!!!

sexta-feira, maio 09, 2008

A velocidade dos zumbis




Muito se discute acerca da velocidade dos zumbis. Somos lentos, rápidos ou extremamente anabolizados, com velocidade e força sobre-humanas, que nos transformariam em verdadeiros mutantes infernais? Afinal de contas, zumbis são mortos-vivos e não seres advindos de uma mutação genética, verdadeiras máquinas de guerra criadas pelo exército dos EUA para limpeza em massa.

Ou são? A verdade é que apesar da velocidade polêmica retratada por algumas produções, como o Madrugada dos Mortos – refilmagem do Despertar dos Mortos/Dawn of the Dead – e a refilmagem do Dia dos mortos, podemos defender uma relativa e inicial velocidade dos recém-mortos que revivem. Sim, se somos seres mutantes produzidos por uma apocalíptica arma biológica, criada por algum governo imperialista, somos extremamente velozes, subimos pelas paredes e temos velocidade e força sobre-humanas, mas preferimos acreditar que fazemos parte da grande série de eventos fatídicos que marcam o final da existência de vocês, meros seres humanos, vivos.

Que surgimos por causa de alguma mutação, sim. Sinal dos tempos, vingança da mãe Terra, castigo divino, a vinda de Jesus, a reentrada de um satélite na atmosfera, aquecimento global, terceiro mandato do Lula, crise do aumento do preço dos alimentos... preferimos a explicação catastrófica... O Fim. E apenas isso.

Como seres em decomposição e ainda por guardar funções e instintos da vida passada, podemos ser relativamente rápidos, mas isso de acordo com o processo de cada camarada cadáver, pois cada caso é um caso. Mas só por algumas horas, acredito eu, até o nosso rigor mortis permitir, daí somos lentos e duros, mas terrivelmente mortais.

Na próxima, passaremos às teorias acerca da necessidade da carne - humana ou não – que nós, zumbis, possuímos. E por que cérebros, tripas, sangue, músculos, vocês inteirinhos são nosso prato principal...

Longa vida aos Zumbis!!!


quarta-feira, maio 07, 2008

O fim do mundo... E o começo de uma nova era: A Era dos Mortos-vivos


A cada dia que passa, no meu finito processo de putrefação, eu vou ficando mais confuso. Não sei se sou eu que estou morto, insistindo em me manter vivo como zumbi-professor, tentando chamar a atenção de alguma presa fácil que queira ter seu cérebro consumido por informações históricas e educativas, ou se são ELES – essa massa de seres humanos, que acredita estar viva, pulsante, roubando o oxigênio vital que nós, zumbis, precisamos para prosseguir em nossa jornada. É claro que não precisamos de oxigênio, braços, pernas ou sentidos, só tendo que tomarmos cuidado com nossos cérebros.

Mas é a vida, ou melhor, a morte... Estou divulgando por aí uma das crenças de que o fim do mundo está próximo, segundo as profecias maias, será no ano de 2012, o que nos dá menos de quatro anos para vivermos. E tentarmos ser felizes. Além das profecias maias, temos algumas interpretações da própria Bíblia e até reinterpretações de Nostradamus, que forneceriam dados dessa proximidade.

Mas os fatos estão aí: aquecimento global, mutações genéticas, anos mais curtos, moeda única na Europa, epidemias, terremoto em São Paulo, o padre que vai encontrar Jesus mais cedo usando balões, o Ronaldo, que pede prostitutas e vem travestis, leite com água oxigenada, cirurgias plásticas, silicone, chips cada vez menores, celulares que tiram foto, filmam e até fazem ligações... É o fim do mundo, mesmo. E outro dia um aluno relacionou a possibilidade de uma grande epidemia vinda da Ásia, e muito assusta a realização das Olimpíadas na China esse ano...

Por isso eu já vou avisando: quando os mortos se levantarem e começarem a atacar os vivos, é melhor estarmos preparados. Eu já estou. Além dos filmes de zumbi, uma grande referência é o Guia de sobrevivência a Zumbis, de Max Brooks, filho do cineasta Mel Brooks, que apresenta as origens, como se defender, os melhores tipos de armas e inclusive, divulga os relatos de alguns ataques zumbis reais. Paranóia? Loucura? Frescura? Ficção? Bobeira? Julgue você... Só sei que outra notícia importante deste ano foi a reentrada na atmosfera de um satélite espião norte-americano, que poderia liberar gases tóxicos no ar, contaminando nós os seres humanos, mortos e vivos.

Só para lembrar: no grande e primeiro filme de George Romero, A Noite dos mortos-vivos, os mortos começam a se levantar e atacar os vivos de forma selvagem e sanguinolenta, após um satélite norte-americano reentrar na atmosfera... Paranóia? Loucura? Frescura? Ficção? Bobeira? Julgue você...