terça-feira, fevereiro 15, 2011

ENTENDA A CRISE NO EGITO

Um grande processo histórico e democrático está acontecendo no mundo árabe, que eu espero, minhas criancinhas do mal estejam acompanhando. Um assunto que envolve política, religião, luta por democracia e o papel do uso de celulares, sites e comunidades de relacionamento na Internet. O assunto, é claro, é a onda de protestos e manifestações populares por maiores liberdades em países de religião muçulmana, iniciados na Tunísia, e em especial no Egito, onde, na última sexta-feira, dia 11, o presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder, renunciou. Abaixo segue um texto bem explicativo retirado do site da G1. Para vocês, meus alunos, colheita maldita 4, um link para o download da minha aula em Powerpoint, para quem quiser se informar melhor ainda.











Hosni Mubarak

"O Egito passa, neste começo de 2011, por uma mudança política desencadeada por revolta popular. Nesta sexta-feira (11), a renúncia do presidente Hosni Mubarak foi anunciada pelo vice-presidente do país, Omar Suleiman. Mubarak estava há 30 anos no poder.
A decisão ocorre após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos. O movimento popular tem inspiração no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, cujo governo se prolongava havia 23 anos. Além do Egito, os levantes no mundo árabe inspirados no exemplo da Tunísia se espalharam por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Sudão e Omã.
Aos 82 anos, Mubarak já havia apresentado alguns problemas de saúde e, depois da pressão popular, admitiu que não seria candidato a um sexto mandato na eleição presidencial. A eleição está prevista para setembro deste ano.
Analistas acreditavam que ele iria tentar emplacar seu filho, Gamal Mubarak, como sucessor no comando do Partido Nacional Democrático (PND), o maior do país. Entretanto, Gamal e outras lideranças deixaram o partido no sábado (5). Nesta sexta, o secretário-geral do partido, Hossam Badrawi, renunciou ao cargo dizendo que o país em crise "precisa de novos partidos".
Um dia antes da renúncia, Mubarak fez discurso na TV e afirmou que pretendia continuar no governo até setembro, à frente da transição de poder. Ele também disse que iria transferir poderes ao seu vice, Omar Suleiman.
Dados Egito
No final de janeiro, a oposição no Egito se uniu pela primeira vez para integrar os protestos iniciados em 25 de janeiro. Principal força oposicionista, a Irmandade Muçulmana, que tinha deixado aos seus membros a possibilidade de participar dos protestos, anunciou seu apoio oficial dias depois.
O posicionamento da Irmandade Muçulmana, organização da qual se originou a facção palestina Hamas, representou um novo desafio ao governo de Mubarak.
Somou-se a isto o retorno ao país do Nobel da Paz e ex-presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU, Mohamed ElBaradei. Ele, que conta com a simpatia do Ocidente, expressou sua disposição de assumir um eventual governo de transição e não descartou concorrer nas eleições de setembro.
O presidente dos EUA, Barack Obama, que tem no Egito o principal aliado no mundo árabe, também pressionou pela saída imediata de Mubarak. Líderes da União Europeia se juntaram aos apelos pela renúncia.
Até mesmo aliados de Mubarak, como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia, Mostapha al Fekki, também membro do Partido Nacional Democrata, pediram ao presidente egípcio "reformas sem precedentes" para evitar uma revolução no Egito.
Manifestantes na praça Tahrir, Egito
Pressão
Pressionado, Mubarak anunciou que não iria disputar a reeleição, nem mesmo tentar lançar o filho como sucessor. O governo também anunciou concessões, como um aumento de 15% nos salários do funcionalismo e nas aposentadorias.
Pela primeira vez em 30 anos de regime, Mubarak nomeu um vice-presidente, Omar Suleiman, que assumiu o comando das negociações com a oposição, e novos ministros. Em sua primeira reunião, o novo gabinete ministerial prometeu investigar casos de fraude eleitoral e corrupção no serviço público.
As medidas, no entanto, foram consideradas "vagas" pela oposição, que continou a reunir centenas de milhares de manifestantes na praça Tahrir, local que se tornou símbolo dos protestos antigoverno e palco das celebrações da abertura democrática.
Repressão
A dura repressão aos protestos no Egito provocou reações de diversos países. A ONU estima que mais de 300 pessoas tenham morrido e que milhares ficaram feridas desde o início das manifestações.
Houve intimidação e violência contra jornalistas, inclusive brasileiros. O uso de redes sociais para convocar as manifestações fez com que a internet e o sinal de algumas operadoras de telefonia celular fossem interrompidos – o governo negou intervenção.
Relação com os EUA
A proliferação de revoltas para países menores preocupa autoridades ocidentais pela fragilidade destes regimes. Outra preocupação do mundo Ocidental é com relação a Israel, já que, atualmente, só dois países da região têm tratados de paz com o país: Egito e Jordânia.
O número dois da diplomacia americana, James Steinberg, anunicou que os Estados Unidos trabalharão para assegurar que a violência desatada no Egito não crie "novos perigos para Israel ou a região"."

Bons estudos!

O Zumbi hipocondríaco
Longa vida aos Zumbis!!!
CÉREBROS!!!CÉREBROS!!!

5 comentários:

stavroguin disse...

Muito bom. Eu, como um típico praticante da procrastinação, não fiquei ligado nesse assunto, e todos estão falando nele. Muita surpresa ao aprender algo de útil em um blog sobre... Zumbis Hipocondríacos! (estou brincando, eu TEMO zumbis, e espero que eles matem todos um dia).
PS.
Eu sou irmão de um antigo aluno seu. Pode-se dizer que ele era um tanto quanto "excpecional".
Este é o blog do Danielzao, onde escrevo sobre suas idiotices (está meio desatualizado):
http://danielzao.blogspot.com/

Guilherme B disse...

Aoo André, muito bom esse post sobre a crise do egito.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Excelente o texto. Já li muita coisa sobre o Egito (e agora sobre a Líbia), mas saber nunca é demais. Muito bom o blog ser o elo de ligação entre você, professor, e os alunos.

Abraços,
Ana Nonato, 3ºA do Col. Interação.

stavroguin disse...

E, finalmente, o Egito é libertado do controle maléfico do irmão gêmeo de Robert De Niro.